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  SOBRE O PROJETO TELENEUROPSI BRASIL

   A NEUROPSICOLOGIA é a área da psicologia que relaciona as funções cerebrais com nosso comportamento - utilizada para prevenção, intervenção e reabilitação da criança ao idoso. São feitas avaliações neuropsicológicas que englobam entrevistas, observação clínicas, análise de fontes complementares e testes psicológicos, com devolução de laudos capazes de transformar e direcionar a vida dos pacientes e suas famílias. 

             Nessa área a relação presencial era vista como crucial mas com o advento da pandemia, as modificações se deram necessárias. Seria possível executar toda essa delicada análise por meio das telas? Nossa pesquisa tem como um de seus objetivos analisar a possibilidade de viabilizar que as sessões de neuropsicologia possam acontecer online e que a tele neuropsicologia se mostre equivalente.

Por que Buscar um Neuropsicólogo 

             Algumas das queixas comuns para buscar um neuropsicólogo são: dificuldades acadêmicas, dificuldades de eficácia e desempenho, dificuldades em ações interpessoais e dificuldades de autonomia.

Se estas queixas forem constantes e causarem prejuízo na vida da criança, adolescente, adulto ou idoso, é hora de ir atrás de um neuropsicólogo. Esses profissionais da psicologia são capazes de realizar avaliações especializadas e desenvolverem intervenções que podem melhorar a qualidade de vida do paciente e de todos ao seu redor.

Validação de testes neuropsicológicos

                A validação de testes psicológicos é um processo que busca evidências para embasar interpretações e conclusões dos resultados. Para que isso seja feito, é necessário a avaliação e análise de uma grande quantidade de participantes, para que seja possível transformar as informações em estatísticas, baseando-se sempre em sociodemografia, idade e escolaridade. 

                No projeto de Teleneuropsicologia, organizado dentro do projeto dos Impactos da Pandemia, desejamos verificar onde se encontram os voluntários nas normas neuropsicológicas anteriores, levando em consideração as importantes modificações do período pandêmico.

 Pós pandêmia, até onde ainda seguem válidos os dados da cognição e aprendizado dos estudantes?

O que são Funções Executivas

               As Funções Cognitivas são os processos mentais responsáveis pela aquisição de conhecimento, são habilidades como atenção, memória, linguagens, percepção, entre outras, que fazem com que os indivíduos sejam funcionais. As Funções Executivas, as “queridinhas” dos estudos neuropsicológicos, são as funções base para o funcionamento da cognição, são consideradas “as maestras da orquestra cerebral”, sem elas, o funcionamento do resto se faz prejudicado. FE’s são as principais responsáveis por fazerem os indivíduos mais autônomos e independentes, além de serem imprescindíveis para o ensino-aprendizagem. As principais são três: Memória de Trabalho, Flexibilidade Cognitiva e Controle Inibitório.

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  •  Memória de Trabalho é a memória da dupla tarefa, é a capacidade de manter as informações de mente e trabalhar com elas. Exemplo da vida real: Cálculos matemáticos, reorganizar lista de tarefas, desenvolver raciocínio.

  • Flexibilidade Cognitiva é a capacidade de mudar nossa perspectiva, olhar por situações com diferentes ângulos e saber lidar com elas. Exemplo da vida real: Resolução de problemas, lidar com nova rotina e realidade.  

  • Controle Inibitório é a capacidade de controlar impulsos de atenção, comportamento, pensamentos e emoções. Exemplo da vida real: Pensar antes de falar e agir. 

Necessidades de estimulação das Funções Executivas

O desenvolvimento das Funções Executivas é fundamental para uma vida com funcionalidade e autonomia. Indivíduos com FE’s preservadas costumam ter maior capacidade de resolução de problemas, inteligência fluida, capacidade de buscar novas estratégias, de manter habilidades sociais (...), que auxiliam diretamente em uma melhor qualidade de vida. 

  • Saúde Física: FE’s pouco estimuladas podem ter relação com obesidade, consumo excessivo de alimentos, álcool e drogas.

  • Segurança Pública: FE’s pouco estimuladas podem levar a problemáticas sociais como criminalidade, violência e descontrole emocional.

  • Sucesso Profissional: FE’s pouco estimuladas podem levar a baixa produtividade e motivação, ocasionando em dificuldade de empregabilidade e de se manter em um trabalho estável.

 

Dicas de atividades que super estimulam as

Funções Executivas

  • Artes Marciais;

  • Esportes Coletivos;

  • Jogos de estratégia;

  • Videogames (com controle de tempo);

  • Esportes Coletivos;

  • Hábitos de leitura e escrita. 

Tripés de aprendizagem

         Para o aprendizado ser estabelecido com sucesso nas crianças em desenvolvimento, é importante se ater às bases e aos exemplos, ao sócio-emocional dos pequenos mas, ainda, é importante que suas funções cognitivas sejam e estejam bem desenvolvidas. Essas funções, como linguagem, atenção, percepção, memórias, controle de impulsos, flexibilidade cognitiva, capacidade de planejamento, entre muitas outras fundamentais para a vida, só se desenvolvem SOB DEMANDA. Para isso é necessário estimular, estimular e estimular, com VARIADAS atividades e brincadeiras. 

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Meu filho tem dificuldade de aprendizado: e agora?

             A neuropsicologia escolar tem como objetivo dimensionar as potencialidades e limitações da criança, para elaborar intervenções cognitivas, comportamentais e emocionais, se necessário. As dificuldades de aprendizado podem ser observadas antes da fase pré-escolar mas aparecem principalmente no início da alfabetização. Nesse momento é necessário muita atenção da família, pedagogos e equipe escolar. Para este acompanhamento é necessário a avaliação atenta e cuidadosa das funções cognitivas e executivas do sujeito, por meio de testes neuropsicológicos, entrevistas, atividades orgânicas, observação de materiais escolares e complementares. 

Dificuldades de aprendizagem 

             Dificuldades fazem parte de uma fase de adaptação e de enfrentamento de atividades novas. Às vezes se tem mais resistência e dificuldades na aquisição de uma ou mais competências, e tudo bem! O problema é se estas persistirem…

Dificuldades estão diretamente relacionadas com problemas de ordem pedagógica, sociocultural e emocional. Deve-se pensar nos multifatores do momento das dificuldades aparentes: o que mais pode estar trazendo e influenciando estas dificuldades? 

             Quando as dificuldades são persistentes, acompanham o indivíduo a muito tempo, sem motivo aparente, em diversas áreas do conhecimento e não há mudança com o tempo: é hora de ir atrás de uma avaliação neuropsicológica, para uma investigação mais profunda. 

 

Transtornos do Neurodesenvolvimento

                Transtornos de Neurodesenvolvimento são modificações que causam impactos na memória, percepção, linguagem, solução de problemas, interação social e processamento de informações. Estão diretamente relacionados a deficiências sensoriais e intelectuais, que dificultam o processo de aprendizagem. São alterações que costumam acontecer na infância e que devem ser acompanhadas de maneira multidisciplinar. 

                O diagnóstico não é impeditivo de funcionalidade e felicidade, mas sim um orientador para a melhoria da qualidade de vida do indivíduo e suas famílias. Deve-se sempre ter atenção às individualidades, ao contexto e à demanda individual - dificuldade e transtorno são diferentes.

 

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento listados no DSM-5:

  • Deficiências Intelectuais;

  • Transtornos de Comunicação;

  • Transtornos do Espectro Autista;

  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade;

  • Transtorno Específico de Atividade (discalculia, dislexia, disgrafia);

  • Transtorno Motores. 

 

Importância de intervir cedo

                 É necessário estar acompanhando desde cedo as habilidades do estudante, suas funcionalidades e dificuldades cognitivas, atentando-se aos marcos de desenvolvimentos esperados nas janelas boas para sua faixa etária. O processo de estimulação, acompanhamento multidisciplinar e avaliação neuropsicológica são fundamentais para dar o direcionamento de intervenções com boa possibilidade de melhora e recuperação - e estas se dão se forem iniciadas o mais rápido possível!                         Detecção precoce + intervenção adequada = melhor qualidade de vida para todos.

             Idades mais precoces são o momento de maior plasticidade neural, a capacidade que os neurônios têm de criarem novas conexões a todo momento. Quanto mais cedo iniciarem as estimulações, seja para dificuldades ou transtornos, maiores são as possibilidades de melhora e mais recursos o sujeito vai possuir para manejar seus déficits. Se as intervenções demorarem muito para ocorrerem, as dificuldades tendem a se manter ou até piorar.   

Hábitos de Leitura e Escrita 

             A estimulação dos hábitos de leitura e escrita na infância é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Esses hábitos desenvolvem criatividade, capacidade de empatia e teoria da mente, possibilitando a reflexão e o conhecimento de novas e diferentes possibilidades. Eles também desenvolvem e retroalimentam as funções executivas: mais leitura e escrita, mais inteligência fluida, mais planejamento, mais flexibilidade cognitiva, mais memórias, mais linguagem e mais atenção; ao mesmo tempo, as funções executivas estimuladas levam à maior a capacidade de leitura e escrita da criança. 

             Ler, escrever e compreender são habilidades complexas que exigem de tempo e repetição para se consolidarem. Estes hábitos precisam fazer parte da vida da criança, estando presentes em sua rotina, nas brincadeiras, nos exemplos e no fácil acesso e manejo. Seguem algumas dicas práticas e fáceis para fazer parte do seu dia a dia com o objetivo de estimular esses hábitos nos pequenos. 

Para estimular a escrita, uma opção pode ser pedir para a criança escrever diários, instigar com tópicos e desafios para inventar e escrever novas histórias, ou até mesmo pedir ajuda da criança para escrever a lista do supermercado, de afazeres diários… Além disso, disponibilizar em casa diversos livros do interesse da criança, como almanaques, livro de atividades, livros de filmes e infantis, livros coloridos, com imagens ou até estímulos sensoriais.

               Para o fácil acesso fácil da criança, segue a importância de colocar eles ao alcance e manejo da criança, perto das brincadeiras, despertando sua familiaridade e interesse. Outra ideia é a do teatrinho, incentivando a criança para que leia as histórias criando finais diferentes, misturando os personagens, encenando vozes e momentos das histórias. No momento de deitar, ler para dormir bem, criando o hábito de ler uma história, um capítulo ou deixar a criança contar. 

Por fim, a importância dos pais e cuidadores serem um exemplo à criança, também lendo e valorizando a leitura, com o objetivo de demonstrar e passar esse interesse para o filho. 

 

 Como o Brincar Estimula 

            Estimular o desenvolvimento infantil é mais fácil do que se imagina, basta dedicação, paciência e imaginação na rotina das crianças. Poucos acreditam, mas o brincar é, de fato, transformador. Aqui vão algumas dicas de tipos de brincadeiras do cotidiano para auxiliar o estímulo das funções executivas em cada faixa etária:

  •  3 a 5 anos: jogos de imaginação; contação de histórias, para encorajar as crianças a te contar, alguma história, permitindo elas atuarem na própria historinha; desafios de movimento, com música, dança… 

  • 5 a 7 anos: jogos com cartas e tabuleiros; atividades físicas ou jogos; jogos que requerem atenção e respostas rápidas, buscando ajudar a praticar a atenção e a inibição; atividades tranquilas, que exigem estratégia e reflexão 

  • 7 a 12 anos: desafios mentais que requerem memorização e manipulação de informações, como cruzadas, sudoku…; atividades físicas e jogos como música, canto e dança. 

 

 Teoria da Mente

              A Teoria da Mente é a “empatia racional”, isto é, a habilidade de atribuir, reconhecer e representar, em si próprio e nos outros, as crenças, as intenções, os desejos, o conhecimento... Também, é a habilidade de compreender que os outros possuem as suas definições destes estados mentais independentes, distintos de sua própria. 

              Não é “sentir o que o outro sente”, mas sim entender que o outro sente, vive e compreende dentro de sua subjetividade. Para isso a teoria da mente deve ser estimulada e desenvolvida pelos ⅘ anos, com os convívios da criança em sua maturação biopsicossocial. Ela vai sendo continuamente desenvolvida ao longo da adolescência, a partir das experiências vividas pelo sujeito, estando também, relacionada com o desenvolvimento das funções executivas. Esse domínio é super importante na vida dos pequenos em desenvolvimento!

 

Prontidão Escolar 

              A prontidão escolar é um marco de desenvolvimento de extrema importância para um aprendizado efetivo e um bom aproveitamento do ambiente escolar. É o nível de desenvolvimento que demonstra preparo da criança para ingressar em atividade escolar, habilidade que deve estar bem desenvolvida aos 5/6 anos. 

            Se resume a um conjunto de características da criança, da escola e/ou da família que promove uma escolarização e alfabetização mais efetiva. Para isso é importante já ter linguagem oral, motricidade fina, além de consciência e curiosidade com figuras e as suas diferenças.

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